terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Baby Blues: Tabu

Assim que descobri que eu estava gravida eu comecei uma busca incansável pelo mundo da gestação e de como ter um bebê em casa. Lia tudo! Blogs, livros, sites, revistas, enfim, tudo que falasse sobre o assunto. Fiquei bem informada sobre vários aspectos da gravides e da vida do bebê. Também conversei muito com outras gravidas e mamães. Porém um assunto que eu não ouvi falar durante a minha gravidez inteira foi o Baby Blues. Eu estava tão despreparada pra esse sentimento, se é que posso chamar assim, que me desestabilizou completamente.
Sempre pensei que os primeiros dias do bebê seriam difíceis, os choros, as noites mal dormidas, as cólicas e tal, pra isso eu estava preparada, mas também sempre achei que seriam os dias mais felizes da minha vida, afinal eu estava ali, ao lado do meu bebê tão esperado. Achava que eu ia ama-lo a primeira vista, que a alegria da sua chegada me inundaria por completo. Isso não aconteceu.
No quarto dia de nascido do Davi comecei a sentir uma tristeza inexplicável! Era um vazio tão grande, um misto de arrependimento, culpa, impotência, medo! Eu olhava pra ele e só conseguia pensar em tudo que eu havia perdido. Sei que parece horrível de se dizer, mas é verdade. Eu pensava que estava ficando maluca! Depois de alguns dias tomei coragem e confessei esse sentimento a algumas amigas que havia tido bebês recentemente, e para minha surpresa elas também haviam sentido a mesma coisa. Eu entrei em paranoia, porque ninguém fala sobre isso meu Deus? Seria tão bom se eu já estivesse preparada pra isso, se já imaginasse que isso iria acontecer!
Falei então com meu médico e ele disse que era normal, que iria passar dentro de no máximo 15 dias e que se não passasse ai sim poderia ser mais grave, tipo uma depressão pós parto.
Comecei a pesquisar sobre o assunto e descobri que 80% das mulheres sofre o Baby Blues, que é a forma mais branda de depressão pós parto, ela é causada por vários fatores, mas o principal deles são os hormônios, que após o parto estão desordenados, se estabilizando. O mais interessante é que não há prevenção e o melhor tratamento é o contato da mãe com o filho. Foi ai que comecei a estabelecer esse contato. O conhecimento do bebê, a amamentação, o toque, o carinho, o olhar, tudo isso foi tomando um espaço tão grande dentro de mim que de repente já não havia mais tristeza, só a alegria de tê-lo comigo!

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